Conhecendo Bruges.
São praticamente inexistentes traços
de civilização e atividade humana anteriores à era pré-romana gaulesa na região
de Bruges. As primeiras fortificações foram construídas após a conquista do
Menappi por Júlio César no século I a.C., com intuito de proteção da zona
costeira contra piratas. Já no século IV, a região foi tomada aos romanos pelos
Francos e as incursões dos Vikings, por volta do século IX, obrigaram a que
Balduíno I da Flandres reforçasse as antigas fortificações. Foi também nesta época
que se fortaleceram as relações comerciais com a Inglaterra e a Escandinávia e
surgiram as primeiras moedas gravadas com o nome Bryggia (significa
"porto" em neerlandês remoto).
Foi a 27 de julho de 1128 que Bruges
foi elevada a cidade e construiu novas muralhas e canais. Desde cerca de 1050,
um gradual avanço do lodo em direção da cidade, provocou a obstrução dos
acessos diretos com o mar, mas uma violenta tempestade em 1134 restabeleceu-os
através da criação de um canal natural (Zwin).
Com o raiar do século XII, Bruges foi
incluída no circuito comercial flamengo, sobretudo devido à sua emergente
indústria de lã e tecidos. Os principais mercadores da cidade apostaram no
desenvolvimento de "colónias económicas" em Inglaterra e na Escócia e
os seus contatos trouxeram grão da Normandia e vinhos da Gasconha para a
região. Os navios hanseáticos atracavam diariamente no porto que, face a este
crescimento e sobrecarga, teve de ser expandido de Damme até Sluys para
acomodar os novos cog-ships.
Em 1277, o primeiro barco mercante
partiu de Génova e atracou no porto de Bruges, o primeiro da rota mercantil que
tornou Bruges a principal conexão com o comércio do mar Mediterrâneo. Para isso
concorreu a vitória da marinha genovesa sobre a frota muçulmana que guardava o
estreito de Gibraltar, liberando essa poderosa rota de comércio ocidental,
possibilitando viagens regulares entre Bruges e Gênova, em grandes navios
redondos. As empresas italianas para terem grande sucesso montaram sucursais em
Bruges que geravam volumes de negócios na mesma dimensão de suas matrizes no
norte da Itália a exemplo da sucursal de Banco Médicis em Bruges que ganhou
mais dinheiro que sua sede em Florença.
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