A Catedral de Santa Maria del Fiore é
o "Duomo" de Florença, Itália, e está localizada na praça homônima.Era
já em 1971 a quinta igreja da Europa em grandeza, depois da Basílica de São
Pedro, da Catedral de São Paulo, da Catedral de Sevilha e da Catedral de
Milão[1]. Possui 153 metros de comprimento e 90 metros de largura no transepto,
enquanto o tambor da cúpula possui 54 metros. A construção iniciou-se em 1296
com projeto de Arnolfo di Cambio sobre as fundações da antiga Catedral de Santa
Reparada. Após a morte de Arnolfo, passou pela supervisão de Giotto di Bondone,
depois por Francesco Talenti e teve sua cúpula construída por Filippo
Brunelleschi. Ao fim das obras da cúpula em 1436, a catedral foi consagrada
pelo papa Eugênio IV.
O Duomo de Florença, como o vemos
hoje, é o resultado de um trabalho que se estendeu por seis séculos. Seu
projeto básico foi elaborado por Arnolfo di Cambio no final do século XIII, sua
cúpula é obra de Filippo Brunelleschi, e sua fachada teve de esperar até o
século XIX para ser concluída. Ao longo deste tempo uma série de intervenções
estruturais e decorativas no exterior e interior enriqueceriam o monumento,
dentre elas a construção de duas sacristias e a execução de esculturas e
afrescos por Paolo Uccello, Andrea del Castagno, Giorgio Vasari e Federico
Zuccari, autor do Juízo Final no interior da cúpula. Foi construída no lugar da
antiga catedral dedicada a Santa Reparata, que funcionou durante nove séculos
até ser demolida completamente em 1375.
Vista lateral do Duomo com a cúpula e
a torre do sino
Em 1293, durante a República
Florentina, o notário Ser Mino de Cantoribus sugeriu a substituição de Santa
Reparata por uma catedral ainda maior e mais magnificente, de tal forma que
"a indústria e o poder do homem não pudessem inventar ou mesmo tentar nada
maior ou mais belo", e estava preparado para financiar a construção.
Entretanto, esperava-se que a população contribuísse, e todos os testamentos
passaram a incluir uma cláusula de doação para as obras. O projeto foi confiado
a Arnolfo em 1294, e ele cerimoniosamente lançou a pedra fundamental em 8 de
setembro de 1296.
Arnolfo trabalhou na construção até
1302, ano de sua morte, e embora o estilo dominante da época fosse o gótico,
seu projeto foi concebido com uma grandiosidade clássica. Arnolfo só pôde
trabalhar em duas capelas e na fachada, que ele teve tempo de completar e
decorar só em parte. Com a morte do arquiteto o trabalho de construção sofreu
uma parada. Um novo impulso foi dado quando em 1330 foi descoberto o corpo de
São Zenóbio em Santa Reparata, que ainda estava parcialmente de pé. Giotto di
Bondone então foi indicado supervisor em 1334, e mesmo que não tivesse muito
tempo de vida (morreu em 1337) ele decidiu concentrar suas energias na
construção do campanário. Giotto foi sucedido por Andrea Pisano até 1348, quando
a peste negra reduziu a população da cidade de 90 mil para 45 mil habitantes.
Sob Francesco Talenti, supervisor
entre 1349 e 1359, o campanário foi concluído e preparou-se um novo projeto
para o Duomo, com a colaboração de Giovanni di Lapo Ghini: a nave central foi
dividida em quatro espaços quadrangulares com duas alas retangulares, reduzindo
o número de janelas planejadas por Arnolfo. Em 1370 a construção já estava bem
adiantada, o mesmo se dando com o novo projeto para a abside, que foi
circundada por tribunas que amplificaram o trifólio de Arnolfo. Por fim Santa
Reparata terminou de ser demolida em 1375. Ao mesmo tempo continuou-se o
trabalho de revestimento externo com mármores e decoração em torno das entradas
laterais, a Porta dei Canonici (sul) e a Porta della Mandorla (norte), esta
coroada com um relevo da Assunção, última obra de Nanni di Banco.
Contudo, o problema da cúpula ainda
não fora resolvido. Brunelleschi fez seu primeiro projeto em 1402, mas o
manteve em segredo. Em 1418, a Opera del Duomo, a centenária empresa
administradora dos trabalhos na Catedral, anunciou um concurso que Brunelleschi
haveria de vencer, mas o trabalho não iniciaria senão dois anos mais tarde,
continuando até 1434. A Catedral foi consagrada pelo Papa Eugênio IV em 25 de
março (o Ano Novo florentino) de 1436, 140 anos depois do início da construção.
Os arremates que ainda esperavam conclusão eram a lanterna da cúpula (colocada
em 1461) e o revestimento externo com mármores brancos de Carrara, verdes de
Prato, e vermelhos de Siena, de acordo com o projeto original de Arnolfo.
A fachada original, desenhada por
Arnolfo di Cambio, só foi começada em meados do século XV, realizada de fato
por vários artistas em uma obra coletiva, mas de toda forma só foi terminada
até o terço inferior. Esta parte foi desmantelada por ordem de Francesco I de
Medici entre 1587 e 1588, pois era considerada totalmente fora de moda naquela
altura. O concurso que foi aberto para a criação de uma nova fachada acabou em
um escândalo, e os desenhos subseqüentes que foram apresentados não foram
aceites. A fachada ficou, então, despida até o século XIX, mas estatuária e
ornamentos originais sobrevivem no Museu Opera del Duomo e em museus de Paris e
Berlim.
Em 1864, Emilio de Fabris venceu um
concurso para uma nova fachada, que é a que vemos hoje, um enorme e magistral
trabalho de mosaico em mármores coloridos em estilo neogótico, com uma
volumetria dinâmica e harmoniosa. Pronta em 1887, foi dedicada à Virgem Maria,
e é ricamente adornada com estatuária de elegante e austero desenho. Em 1903
terminaram-se as monumentais portas de bronze, com várias cenas em relevo e
outras decorações.
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